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"Vives novamente na carne para o burilamento do teu espírito." - Militão Pacheco

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sábado, 24 de setembro de 2022

A VERDADEIRA PROPRIEDADE

A verdadeira propriedade

O homem não possui como coisa sua senão aquilo que pode levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir só usufrui durante a sua estada, mas como é forçado a abandoná-lo, resta-lhe apenas o usufruto e não a posse real. Que possui ele então? Nada do que é para uso do corpo, tudo o que é para uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Eis o que ele traz e o que leva, o que ninguém tem poder para lhe tirar, o que lhe servirá mais no outro mundo do que neste. Dele depende ser mais rico à partida do que à chegada, pois do que ele tiver adquirido de bom depende a sua posição futura. Quando um homem vai para um país longínquo, prepara a sua trouxa com objectos que são usados nesse país, mas não se preocupa com aqueles que lhe seriam inúteis. Fazei, portanto, o mesmo em relação à vida futura e fazei provisão de tudo quanto possa ser-vos útil nela.

Ao viajante que chega a uma estalagem dá-se um bom quarto se ele puder pagá-lo, àquele que tem menos dá-se um menos agradável; quanto ao que nada tem, dorme sobre a palha. O mesmo se passa com o homem quando chega ao mundo dos espíritos: o seu lugar está subordinado  ao que ele tem, mas é com ouro que ele o paga. Não lhe perguntarão: «Quanto é que tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou artesão?» Não lhe computarão os valores dos seus bens nem dos seus títulos, mas a soma das suas virtudes; ora, nesta conta, o artesão pode ser mais rico que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir pagou a sua entrada em ouro, pois responder-lhe-ão: «Aqui os lugares não se compram, ganham-se com o bem que se fez. Com a moeda terrestre pudeste comprar campos, casas, palácios; aqui tudo se paga com as qualidades do coração. És rico nessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para o primeiro lugar, onde todas as felicidades te esperam; és pobre nessas qualidades? Vai para o último, onde serás tratado conforme o que tens.» (Pascoal. Genebra, 1860.)

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XVI, item 9.)

Extraído de: http://temp3cmqnrffbbi3.blogspot.com

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