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"Vives novamente na carne para o burilamento do teu espírito." - Militão Pacheco

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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

HUMANIZAR-SE


O que difere o ser humano dos outros seres?
Talvez alguns pensem que a pergunta carece de propósito, pois somos tão diferentes dos animais.
Porém, se perguntarmos a um biólogo, esse diria que, geneticamente, pouco nos diferenciamos de inúmeras espécies animais.
Segundo o filósofo alemão Immanuel Kant, o que nos distingue dos animais é a capacidade de nos educarmos, de nos tornarmos humanos.
Para ele, a nossa condição de humanos é adquirida, é conquistada pela educação.
Sem ela, diria Kant, estaríamos muito próximos dos animais.
Percebemos que, biologicamente, fisicamente, guardamos várias semelhanças às espécies animais que habitam o nosso planeta.
Porém, somos infinitamente diferentes deles, justamente porque não somos apenas um ser biológico.
Somos um ser espiritual, com a capacidade de nos educarmos, de alçar voos no rumo da humanização.
Educar é formar e transformar o homem, para que ele desenvolva todas as suas potencialidades e capacidades.
É pelo processo de educação que ganhamos sabedoria e angelitude.
Assim, à medida que investimos em nossa educação, não só intelectual, mas também moral, vamos progredindo, afastando-nos sempre mais da pura condição animal, cada vez mais humanos.
Não é raro encontrarmos pessoas com atitudes que se igualam, por vezes, a das espécies animais, pelo barbarismo, violência ou grosseria.
São almas onde o processo de educação ainda engatinha, ensaia os primeiros e vacilantes passos.
Outros apresentam grandes conquistas intelectuais, porém ainda com valores morais torpes e vis.
Esses desenvolveram sua humanidade em apenas um aspecto, esquecendo-se que também somos seres morais.
E há aqueles sábios em verdade, onde seus profundos conceitos e reflexões ganham coerência com atitudes nobres, pautadas no bem.
Esses são os que já deram passos largos rumo às potencialidades maiores da alma.
Considerando tudo isso, podemos pensar que nossa vida, nossa reencarnação é uma grande oportunidade de nos educarmos, de nos humanizarmos.
Todo o investimento que fizermos para desenvolver nosso intelecto, os estudos e conquistas acadêmicas, nos apoiam nesse sentido.
Porém, também são necessários esforços para adquirirmos e desenvolvermos valores morais.
Jesus, modelo e guia da Humanidade, tinha desenvoltura intelectual para travar diálogos de profundos significados com os mais sábios doutores.
E da mesma forma, a doçura de seu coração era capaz de curar as feridas da carne e as dores da alma de todos que o buscavam.
Por isso Ele é o grande modelo de homem integral para todos nós.
Não somente pleno de conhecimento e sabedoria, mas também sublime nos sentimentos.
Essas são as conquistas que nos aguardam, que esperam nossos esforços.
A larga estrada, que nos conduz, da simplicidade e ignorância até a angelitude e sabedoria.
Redação do Momento Espírita. Em 22.11.2014.

Michel Pépé - L'eau De Cristal
https://www.youtube.com/watch?v=WeRE9FSQDYE

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

DEUS E AS PROVAS


Muita gente se pergunta:
Que mal fiz a Deus para merecer tanto castigo?
Será que terei vindo ao mundo só para sofrer?
Perguntas feitas com a voz do desespero, da depressão, da revolta, deixando clara a ausência da indispensável compreensão do funcionamento das Leis Divinas sobre a Terra.
Criamos um Deus à nossa imagem e semelhança, fazendo-O vingativo, cruel, tirano.
Esquecemos do Deus Pai, carinhoso, atencioso, apresentado por Jesus.
Não nos recordamos do Deus Inteligência Suprema, do Deus soberanamente justo e bom, desvelado pela Doutrina dos Espíritos.
Ninguém sofre na Terra em função de castigo divino.
O que se convencionou chamar de castigo divino é, de fato, a manifestação do amor de Deus para com Seus filhos.
É este amor que lhes concede oportunidades novas para reaprender, para refletir e trabalhar por redimir-se.
Por outro lado, nenhuma alma se acha no planeta à revelia das celestes deliberações.
Então, todos os que na Terra se encontram hoje, estão por motivos ponderáveis, e ainda quando não consigam enxergar tais razões, estas não deixam de existir.
Importante, então, será desenvolver a consciência de que tudo o que sofremos durante a vida corporal tem um grave motivo perante as Leis de nosso Pai.
Cumpre-nos o esforço para o amadurecimento do intelecto e do senso moral, de maneira que passemos a refletir melhor sobre a ação de Deus em nosso campo de provações.
Provações não são manifestações de um Deus cruel, provocativo, conforme o pensamento imaturo pode ainda crer.
Provas são experiências requeridas ou aceitas por nós, que têm por objetivo proporcionar o crescimento espiritual.
E as expiações, nada mais são do que acertos que fazemos com as Leis que infringimos.
Se retiro algo do lugar - gero a consequência de recolocar na sua localidade original.
Se estrago, firo, rompo alguma coisa, gero consequentemente a obrigação, que é apenas minha, de consertar, curar e restaurar.
São mecanismos das Leis Divinas que buscam nos impedir de recair no equívoco, de trilhar caminhos que nos afastam de nossos maiores objetivos.
Nas Leis de Deus vamos encontrar sempre mecanismos de educação, e nunca de ódio, vingança e punição por si só.
Com certeza nos espantaremos, ao descobrir que as alfinetadas da vida, as dores, tragédias e incômodos, em sua grande maioria, são causadas por nós mesmos, aqui nesta encarnação.
Sim, de regra, as aflições com causa atual são em maior vulto.
Isto nos mostra que podemos reduzir grande parte de nosso sofrimento, se tomarmos atitudes enérgicas em relação à nossa postura perante o Mundo.
Deus nos dá os meios de conseguirmos pois, além de não desejar nosso mal, quer nossa felicidade, nossa maturidade espiritual.
*   *   *
Em O livro dos Espíritos, Allan Kardec classifica as causas de nossas aflições em duas categorias.
Explicam, ele e os Espíritos, que temos vicissitudes com causas atuais, isto é, consequências naturais do caráter e do proceder dos que as suportam.
E também as de causas anteriores, que são as dores que não encontram causa nesta existência.
Elucidam eles que, se as causas não estão na atual encarnação, estão no passado da alma, em outras vidas.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Deus e as provas, do livro Em nome de Deus, pelo Espírito José Lopes Neto, psicografado por Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 13.09.2010.

Michel Pépé : L'Appel Divin + Pure Lumière
https://www.youtube.com/watch?v=XBhIXZ7IxEc

sábado, 1 de novembro de 2014

AS DOENÇAS NA VISÃO ESPÍRITA


O Espiritismo tem uma grande contribuição a oferecer à Medicina e às escolas que lidam com a saúde humana.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social. O Espiritismo, porém, amplia essa visão e ensina que saúde é o estado de completo bem-estar biopsicossocioespiritual, pois leva em consideração os fatores biológicos, psicológicos, sociais e espirituais que influenciam o ser humano em sua passagem pela existência terrena.

Diferentemente da Medicina do Corpo, que ainda é exercida em larga escala nos dias de hoje, o Espiritismo descortina um novo modelo, o da Medicina da Alma. 

No paradigma médico-espírita, o ser humano é um conjunto complexo, constituído de corpo físico, corpos sutis e alma; a prioridade, no entanto, na direção desse conjunto, é a da alma. Compete, pois, ao espírito imortal, a construção do seu destino terreno e, consequentemente, a da manutenção da sua própria saúde.

Segundo esses conceitos, o fato de uma pessoa não exteriorizar doença durante determinada fase da existência, pode não significar que ela esteja saudável. Assim, a criatura pode apresentar-se aparentemente saudável durante um período, mas já trazer no perispírito as marcas indeléveis da doença que eclodirá um pouco mais adiante, segundo a lei de ação e reação, que tem no tempo o principal fator desencadeante. 

Segundo os princípios espíritas, a questão saúde-doença está profundamente vinculada à lei de causa e efeito, ao carma. André Luiz explica, no livro Ação e Reação, que carma designa “causa e efeito”, porque a toda ação corresponde uma reação. Quer dizer que está ligado a ações de vidas passadas. Assim, o carma seria uma espécie de “conta do destino criada por nós mesmos”, faz parte do sistema de contabilidade da Justiça Divina.

Segundo esse princípio, a criatura humana tem de dar conta de tudo que recebe da vida, de todos os empréstimos de Deus, patrimônios materiais, inteligência, tempo, afeições, títulos, e também do corpo físico, que lhe é concedido para o aperfeiçoamento espiritual. E será sempre assim, na roda viva da evolução espiritual em que deve se empenhar, tendo em vista a conquista de amor e sabedoria. 

Aprendemos, com os Mentores Espirituais, que a percentagem quase total das enfermidades humanas tem origem no psiquismo. Assim, orgulho, vaidade, egoísmo, preguiça e crueldade são vícios da alma, que geram perturbações e doenças nos seus envoltórios, quer dizer, no corpo espiritual ou perispírito e no corpo físico. 

Assim, no estudo de toda doença, é preciso levar o perispírito em consideração, mesmo porque a cura do corpo físico está diretamente subordinada à cura desse envoltório espiritual. Há exemplos importantes nos livros da coleção André Luiz que elucidam o nosso estudo. Vou citar apenas dois deles.

Vejamos o caso de Segismundo, em Missionários da Luz. Em vida passada, por causa de Raquel, ele tirou a vida física de Adelino com um tiro, que atingiu a vítima na altura do coração. Na vida atual, Segismundo renasceu como filho de Adelino e Raquel e trouxe, já na formação do seu corpo físico, o problema cardíaco que só se manifestará mais tarde, como doença do tônus elétrico do coração, após os 40 anos de idade. 

As doenças, em geral, surgem relacionadas à idade em que as faltas foram cometidas.

Em outro livro, Ação e Reação, podemos acompanhar o caso de Adelino Silveira. No século XIX, Adelino era filho adotivo de um fazendeiro de grandes posses. Ambos eram muito unidos. Aos 42 anos, seu pai casou-se com uma jovem de 21 anos, a mesma idade de Adelino. Aconteceu, porém, que os dois jovens – Adelino e a madrasta – apaixonaram-se e ambos tramaram a morte do pai e marido. A pretexto de cuidar do pai enfermo, Adelino deu uma bebida forte ao dono da fazenda e depois ateou fogo ao seu corpo. Foi uma morte muito dolorosa. Depois de tudo consumado, Adelino casou-se, mas não conseguiu ser feliz, atormentado pelo remorso. No mundo espiritual, os padecimentos foram intensos e contínuos. Finalmente, arrependido, reencarnou no século XX como Adelino Silveira e, desde pequeno, teve seu corpo tomado por um eczema extenso, que o dominava quase por inteiro.

Como podemos observar, as ações praticadas vincam o nosso perispírito e se refletem no corpo físico que age como uma espécie de filtro das impurezas.

Assim, em matéria de saúde e doença, temos de levar em consideração as ações das vidas passadas e as da existência atual para que as nossas conclusões não sejam falhas ou incompletas. 

Ao estudarmos esses casos, podemos constatar também o importante papel que a dor tem em nossas vidas. Segundo o benfeitor Clarêncio: Depois do poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.

Marlene Nobre
para o programa Portal de Luz

Exibido em 22/09/2009

Fonte: http://www.folhaespirita.com.br
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